Leia abaixo trechos do depoimento do major-general Amedley D. Butler, originalmente publicado numa revista norte-americana, em 1935.
Dediquei trinta e três anos e quatro meses ao serviço ativo de nossa força militar mais ágil: a Infantaria de Marinha. Ascendi do posto de segundo-tenente até o posto de major-general. Durante todo este período dediquei a maior parte do meu tempo a servir aos interesses dos Grandes Negócios, a Wall Street e aos banqueiros. Em resumo, fui um pistoleiro às ordens do capitalismo. [...]
Contribuí para converter o México e especialmente Tampico em lugar seguro para os interesses petrolíferos dos norte-americanos em 1914. Ajudei o Haiti e Cuba a se tornarem um lugar seguro para os rapazes do National City Bank efetuarem suas cobranças [...]. Ajudei também a Nicarágua a cumprir seus compromissos com a casa bancária internacional de Brown Brothers em 1919-1922. Em 1916, facilitei interesses açucareiros norte-americanos na República Dominicana. Contribuí para que Honduras seguisse uma política "apropriada" para as companhias bananeiras norte-americanas em 1903. Em 1927, servi na China para que a Standard Oil seguisse seu caminho sem ser perturbada.
Durante todos esses anos desfrutei, como disseram os "rapazes", de magníficas prebendas. Fui premiado com honrarias, medalhas e promoções. Olhando para trás, penso que até poderia ter dado alguns conselhos para Al Capone. Ele, no máximo, pôde operar seus negócios sujos em três distritos da cidade de Chicago; nós marines operávamos em três continentes.
(BRUIT, H. O imperialismo. Campinas/SP: Edunicamp/Atual, 1983. p. 51.)
A política de intervenção pan-americana a que o texto faz referência denomina-se