Leia o seguinte soneto de Cláudio Manuel da Costa.
Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh! Quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei, que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
No soneto acima, o eu-lírico