Leia os seguintes fragmentos, extraídos de crônicas de Rubem Braga.

1. “As ilhas no horizonte ainda estão veladas pela névoa da madrugada. O mar andou bravo esta noite, arrancando algas e mexilhões das pedras, em seu grande assanhamento de lua; respirar seu hálito acre; dar um mergulho na água fria, na praia ainda solitária, levar umas pancadas de onda, voltar para o sol na areia.”

(Batismo)

2. “Morava no quarto andar e descia no elevador sempre às onze ou onze e cinco, como se o elevador fosse bonde. Na verdade era um bonde, inexpressivo como um bonde, um suplemento interno de seu bonde. Era um bonde o elevador, e seu escritório também era como um bonde e a vida era um bonde, tudo para ele, velho passageiro de bonde, [...] era um bonde.”

(O Homem do Quarto Andar)

3. “Conhece o vocábulo escardinchar? Qual o feminino de cupim? Qual o antônimo de póstumo? Como se chama o natural do Cairo? O leitor que responder “não sei” a todas estas perguntas não passará provavelmente em nenhuma prova de Português de nenhum concurso oficial”

(Nascer no Cairo, Ser Fêmea de Cupim)

4. “Olhe aqui, Rubem. Para ser eleito vereador, eu preciso de três mil votos. Só lá no Jóquei, entre tratadores, jóqueis, empregados e sócios eu tenho, no mínimo, mas no mínimo mesmo, 300 votos certos; vamos botar mais 100 na Hípica. Bem, 400. Pessoal do meu clube, o Botafogo, calculando com o máximo de pessimismo, 600. Aí já estão mil.”

(Bilhete a um Candidato)

Associe adequadamente as cinco afirmações abaixo com os quatro fragmentos transcritos acima.

() O cronista, empregando um tom coloquial, reproduz a fala enfática de um personagem com quem ele conversa.

() O cronista capta, com sensibilidade, os sinais da paisagem, e, de modo lírico, justapõe impressões fugidias.

() O cronista reproduz uma conversa em que simula ser o destinatário da argumentação de um personagem que expõe, com detalhes, o seu raciocínio.

() O cronista emprega reiteradamente uma palavra, transformando-a em símbolo de algo que ultrapassa o acontecimento narrado.

() O cronista interpela diretamente o seu leitor, indagando-lhe algo para que participe de suas reflexões de teor irônico.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é