Físico reconstrói o mapa do céu indígena
Um pesquisador do Paraná passou os últimos dez anos, a expensas próprias (5), (13) reconstituindo as constelações conhecidas pelos povos indígenas do Brasil. O esforço (4) começa (1) a dar resultado agora, (14) depois de sua aposentadoria.
Germano Affonso, (15) professor titular de física da UFPR e doutor pela Universidade de Paris 6, (16) descobriu que as principais constelações dos tupinambás, que habitavam a costa brasileira no século 16 e foram os primeiros a ter contato com os europeus, são comuns (2) a diversas outras etnias do Brasil. São elas: Ema, Anta, Homem Velho e Veado.
As constelações indígenas, segundo ele, têm funções práticas semelhantes (3) às das constelações ocidentais: marcar a passagem do tempo e as estações do ano e servir como pontos de orientação. No entanto são maiores, (17) mais facilmente reconhecíveis e formadas não só a partir de estrelas, como (12) de manchas existentes na Via-Láctea (Caminho de Anta ou Caminho dos Espíritos, para os tupinambás). Ele conseguiu inventariar (22) mais de cem constelações (18), ao passo que existem hoje 88 constelações indígenas distintas registradas oficialmente.
O resultado da pesquisa será apresentado hoje (19), em Recife. Affonso falará na conferência “Contribuições Nativas para o Conhecimento” (20), às 15h.
Segundo o físico da UFPR (9), a ideia de remontar (23) o mapa do céu dos índios (11) começou com um relato do capuchinho francês Claude d’Abbeville (7), do século 17, que (6) veio lhe (8) cair nas mãos. Nele (10), o europeu citava constelações conhecidas pelos tupinambás do Maranhão (21). A Affonso chamou atenção o fato de os nomes dessas constelações serem muitas vezes os mesmos que grupos indígenas do Paraná usavam para descrever o céu.
(Adaptado de: Folha de São Paulo, 16 jul. 2003. Folha Ciência, p. A 14.)
A conjunção como (12) poderia ser substituída, sem prejuízo da correção e do significado da frase original, por