Em 1826, o pintor (25) francês Jean-Baptiste Debret, em uma das mais expressivas obras que pintou no Rio de Janeiro, O escravo do naturalista, registrou a participação dos escravos e auxiliares locais no trabalho de campo dos naturalistas (26) estrangeiros que, a partir do início do século 19, percorreram (21) várias partes do Brasil.
A contribuição das culturas nativas para o conhecimento científico adquirido ou construído pelos naturalistas quase sempre tem sido desconsiderada pelos historiadores da ciência (7). A atenção destes (6) é dirigida para as observações e (1) teorias daqueles (8), seus instrumentos e métodos de trabalho e para as influências políticas, filosóficas e econômicas em suas obras, com frequência (16), eles (10) descrevem as populações locais (14) como iletradas e ignorantes; porém, delas dependia, em boa medida, o êxito (27) das expedições dos naturalistas (9).
Em muitos trechos de seus relatos, cientistas como Alfred Wallace, Henry Bates e Louis Agassiz descrevem como os habitantes (28) locais (12) contribuíram (15) com (22) conhecimentos para o seu (11) trabalho. Havia (23), é claro (2), o previsível (17) apoio logístico e (3) de infraestrutura, tais como o fornecimento de alimentos, meios de transporte e outros recursos materiais, bem como sua (13) presença como guias, carregadores, intérpretes e companhia pessoal. Muitas vezes (4), porém – e é esse ponto que nos interessa -, verifica-se também, por parte de indivíduos (18) e comunicantes locais, a transmissão (29) de conhecimentos (5) obtidos com a longa experiência na floresta. Esses conteúdos (19) viriam a ser sistematizados (24) pelos naturalistas, deputados dentro da visão científica predominante e incorporados ao cabedal científico (20) universal.
(Adaptado de. MOREIRA, Ildeu de Castro. O escravo do naturalista. Ciência Hoje, v. 31, n. 184, jul.2002.)
Assinale, entre os substantivos abaixo, aquele que não funciona como núcleo do sujeito da oração em que se encontra.