Leia o seguinte trecho, que dá início ao conto “Às margens da alegria”, de Guimarães Rosa.
“Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele justinhamente. Sorria-se, saudava-se, todos se ouviam e falavam. [...] O avião era da Companhia, especial, de quatro lugares. [...] A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o cinto de segurança virava forte afago, de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não sabido, ao mais. Assim, um crescer e desconter-se – certo como o ato de respirar – o de fugir para o espaço em branco. O Menino. E as coisas vinham docemente de repente, seguindo harmonia prévia, benfazeja, em movimentos concordantes: as satisfações antes da consciência das necessidades.”
Assinale a alternativa correta sobre esse trecho.