A expressão “ídolo de toda uma geração” não faz mais sentido. No passado, as gerações (12) se definiam pelos ícones que as (11) representavam. James Dean era o inspirador da “juventude transviada” dos anos 50. Os Beatles e os Rolling Stones, da turma do roque. E a geração atual? Pode-se dizer que ela não cola um pôster na parede. Cola vários. O adolescente hoje é infiel por natureza. Isso (13) pode chocar os mais velhos (15), que se (14) acostumaram a passar a adolescência (4) orando para um único roqueiro no altar do quarto. “Eu era fã de Roberto Carlos e adorava os Beatles com a certeza de que seria para sempre”, diz a bancária paulista Laís (2) Soares, de 47 anos. “Minha filha não pode dizer o mesmo (16) em relação a ninguém (3).” A filha de Laís é a estudante Flávia, de 16 anos. Ela coleciona pôsteres de ídolos como as inglesas Spice Girls ou o ator Leonardo DiCaprio. Quando a onda passa, (7) guarda tudo na gaveta e começa outra coleção.
Dizer que se trata de uma geração volúvel não passa de simplificação (1). O que ocorreu, na verdade, é que mudou a relação do jovem com seu ídolo. Eleger modelos é próprio (5) da idade. A diferença é que, no passado, os ídolos serviam para definir grupos e posavam de guardiães de determinados valores. Quem era fã dos Beatles (18), que representavam rebeldia, não podia ser fã dos Rollíng Stones, que representavam uma rebeldia ainda maior. No Brasil, quem curtia a jovem guarda não frequentava shows dos tropicalistas e vice-versa. Hoje, (8) a identificação é muito menor que há dez ou vinte anos. De (20) seus ídolos, os adolescentes querem (19) apenas a diversão. (9) Guardar pôsteres (6). Comprar roupas parecidas. Urrar de paixão nos shows. E depois ir para casa dormir, pensando que amanhã será outro dia. Talvez com um ídolo novo.
(Adaptado de: NEGRÃO, CecíIia. Apenas um pôster na parede. Veja, Edição Especial jovensuf, set. 2001, p. 58.)
Assinale a alternativa incorreta sobre a relação entre algumas expressões do texto e os segmentos a que se referem.