Leia o texto abaixo, de Guimarães Rosa.

SOCORRO, SUA MÃE, SUA FILHA

[...] O carro lembrava um canoão no seco, navio.[...] Parecia coisa de invento de muita distância, sem piedade nenhuma, e que a gente não pudesse imaginar direto nem se acostumar de ver, e não sendo de ninguém. Para onde ia, no levar as mulheres, era para um lugar chamado Barbacena, longe. Para o pobre, os lugares são mais longe.

[...] A filha - a moça - tinha pegado a cantar, levando os braços, a cantiga não vigorava carta, nem no tom nem no se-dizer das palavras - o nenhum. A moça punha os olhos no alto, que nem os santos e os espantados, vinha enfeitada de disparates, num aspecto de admiração. Assim com panos e papéis, de diversas cores, uma carapuça em cima dos espalhados cabelos, e enfunada em tantas roupas ainda de mais misturas, tiras e faixas, dependuradas - virundangas: matéria de maluco. A velha só estava de preto, com um fichu preto, ela batia com a cabeça nos docementes.

[...] De antes, Soroco agüentara de repassar tantas desgraças, de morar com as duas, pelejava. Daí, com os anos, elas pioravam, ele não dada mais conta, teve de chamar ajuda, que foi preciso. Tiveram que olhar em socorro dele, determinar de dar as providências de mercê. Quem pagava tudo era o Governo, que tinha mandado o carro. Por forma que, por força disso, agora iam remir com as duas, em hospícios. [...]

Em relação ao texto acima, é correto afirmar que