A famosa "malemolência" ou preguiça baiana(14) não passa de racismo(12), segundo conclui uma(16) tese de doutorado defendida na USP(19). O estudo durou quatro anos./ A tese defendida pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi sustenta(4) que o baiano é tão eficiente quanto o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta(5) a visão de que o morador da Bahia vive em clima de "festa eterna"(13). "Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da ..........(1) da população atua(9) no mercado informal, as festas são uma oportunidade(17) de trabalho. Quem se diverte é o turista", diz a autora. Segundo a antropóloga(20), o objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu que a imagem da preguiça se derivou do discurso(15) ..........(2) contra os negros e mestiços, que são 79%da população da Bahia. "A elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor(6) racista." (18)O estudo mostra que a imagem de povo preguiçoso se enraizou(7) no próprio estado por meio das elites de origem européia, que consideravam os escravos "indolentes". Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e no Sudeste a partir das migrações da década de 40. "Todos os que chegavam do Nordeste viravam baianos. Chamá-lo de preguiçosos foi a forma encontrada para depreciar(8) os trabalhadores desqualificados, para estabelecer fronteiras entre os dois mundos", diz. Segundo a tese(21), outro segmento apropriou-se da preguiça: a indústria do turismo, que incorporou(10) a imagem para vender uma idéia de ..........(3) permanente.
(NARRETE, Gonzalo. "Preguiça baiana" é faceta do racismo. Folha de São Paulo, 04 out, 1998.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto na seqüência em que elas aparecem (1,2,3).