O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, eno qual as novas teorias se ..........(1) com base na evidência racional.(4) ..........(2) os entraves da religião desde o século 17,(25) o conhecimento ..........(3) florescendo(31) de maneira livre, contínua. Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924) pelo romancista francês Loui Ferdinand Céline, A vida e a Obra de Semmelweis relata aquele(32) que é um dos episódios mais lúgubres na crônica da estupidez(22) humana e talvez a pior mancha(33) na história(20) da medicina. Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia(10). Médico húngaro trabalhando num hospital de Viena,(26) constatou(36) que a mortalidade entre as parturientes(17), então um verdadeiro flagelo, era diferente nas duas alas na maternidade. Numa delas, os partos(18) eram realizados por estudantes; na outra, por parteiras(19). Não se conhecia a ação dos microorganismos, e(16) a febre puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdicas(5). Em 1846,(27) um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava(34) um cadáver,(28) contraiu(37) uma infecção e morreu. Semmelweis imaginou(9) que o contágio estivesse associado à manipulação(23) de tecidos nas aulas de anatomia. Mandou(38) instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório(21) lavar(39) as mãos com cloreto de cal. No mês seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado(35), e as pias - atribuídas à superstição -, arrancadas(30). Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar médicos em toda a Europa, sem sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu método(6) em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi internado. Em 1865,(29) invadiu(40) uma sala de dissertação, feriu-se com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava certo. (41)Para o leitor(12) da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um obscurantismo(24) científico. Como nota o tradutor italiano no prefácio(13) agregado à edição brasileira, qualquer xamã(11) de alguma cultura dita primitiva(14) isolaria cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação(7). No científico século 19, isso parecia crendice(8).
(FRIAS, Otávio F., Ciência e superstição. Folha de São Paulo, São Paulo, 30 abr.1998.)
No texto, é estabelecido um contraste entre ciência e superstição. A coluna da direita contém expressões usadas no texto que se referem a um ou a outro desses dois campos semânticos. Associe adequadamente as duas colunas.
1. Ciência 2. superstição
() Evidência racional (4)
() Causas mais estapafúrdias (5)
() Método (6)
() Rituais de purificação (7)
() Crendice (8)
A seqüência correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é