Leia os textos abaixo.

[...]

Acaso são estes Os sítios formosos Aonde passava Os anos gostosos? São estes os prados, Aonde brincava, Enquanto pastava O manso rebanho,
Que Alceu me deixou?

São estes os sítios? São estes: mas eu O mesmo não sou. Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.

[...]

Tomás A. GONZAGA, Lira V de Marília de Dirceu.

Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era: Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

Cláudio Manuel da Costa, Soneto VII.

Considere as afirmações seguintes, relativas a esses dois textos.

  1. I. Ambos os poemas, do período árcade, estabelecem relações entre a natureza contemplada e os sentimentos vivenciados.

  2. II. Ambos os poemas tematizam a transformação que altera a paisagem e os indivíduos; o soneto de Cláudio Manuel da Costa, no entanto, destaca e valoriza o progresso, que aperfeiçoa e conserva o que há de mais belo na natureza.

  3. III. Ambos os poemas tratam da passagem do tempo e expressam estranheza em relação à paisagem brasileira, que se apresenta nítida em seus elementos tropicais.

Quais estão corretas?