OS IRMÃOS DAGOBÉ Guimarães Rosa

Enorme desgraça. Estava-se no velório do Damastor Dagobé, o mais velho dos quatro irmãos, absolutamente facínoras. A casa não era pequena; mas nela mal cabiam os que vinham fazer quarto. Todos preferiam ficar perto do defunto, todos temiam mais ou menos os três vivos. Demos, os Dagobés, gente que não prestava. Viviam em estreita desunião, sem mulher nem lar, sem mais parentes, sob a chefia despótica do recém-finado. Este fora o grande pior, o cabeça, ferrabrás e mestre, que botara na obrigação de ruim fama os mais moços - "os meninos", segundo seu rude dizer. Agora, porém, durante que morto, em não-tais condições, deixava de oferecer perigo, possuindo - no acesso das velas, no entre algumas flores - só aquela careta sam-querer, o queixo de piranha, o nariz todo torto e seu inventário de maldades. Debaixo das vistas dos três em luto, devia-se-lhe contudo ganhar ainda acatamento, convinha.

Sobre o velório de Damastor Dagobé, é correto afirmar que