Quando se consideram para análise os lugares onde realizamos atividades corriqueiras, banais, do dia a dia, com os quais temos intimidade, as zonas de sombra do objeto não se revelam com facilidade, porque a própria evidência do aparente seduz tanto que obscurece nossa leitura, nosso entendimento do que está oculto, daquilo que é da mais profunda essência do objeto. Na sociedade urbanizada, os lugares onde se realizam as trocas de mercadorias parecem, hoje, especialmente afeitos a refletir luzes que, embora não ceguem, podem impedir-nos de ver com clareza do que realmente se trata.
Silvana Maria Pintaudi. “O consumo do espaço de consumo”. In: Márcio Piñon de Oliveira et al (orgs.). O Brasil, a América Latina e o mundo, 2008.
As intencionalidades dos objetos e os espaços de consumo tratados no excerto se relacionam, dentre outros fatores, com