INSTRUÇÃO: Leia o texto seguinte e responda a questão
E existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! Mas que bandeira é esta.
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no seu pranto...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
... Mas é infâmia demais... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! Arranca este pendão dos ares!
Colombo! Fecha a porta de teus mares!
(Castro Alves, Navio negreiro.)
Na última estrofe do poema, o sujeito enunciador condena o brigue (antigo navio a velas) que transporta os negros escravos em direção ao Brasil. Para tanto, faz referência a fatos históricos. Partindo dessa ideia, responda:
a) Qual é a relação, segundo o poeta, entre o navio negreiro e as naus de Colombo?
b) Quem o poeta invoca para agir diante do que vê? O que pede para fazerem?