Romance LIII ou Das Palavras Aéreas

Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Ai, palavras, ai, palavras, sois de vento, ides no vento, no vento que não retorna, e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!

Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova! (...)

Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Perdão podíeis ter sido! — sois madeira que se corta, — sois vinte degraus de escada, — sois um pedaço de corda... — sois povo pelas janelas,
cortejo, bandeiras, tropa...

Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Éreis um sopro na aragem...
— sois um homem que se enforca!

(Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência.)

Ao substituir a pessoa verbal utilizada para se referir ao substantivo “palavras” pela 3.ª pessoa do plural, os verbos dos versos “sois de vento, ides no vento,” (v. 4) / “Perdão podíeis ter sido!” (v. 12) / “Éreis um sopro na aragem...” (v. 20) seriam conjugados conforme apresentado na alternativa: