$\begin{array}{ll}& \text{Uma uˊltima gargalhada estrondosa. E depois, o sileˆncio. O palhac¸o}\\ & \text{jazia imoˊvel no cha˜o. Mas seu rosto continua sorrindo, para }\\ & \text{sempre. Porque a carreira original do Coringa era para durar}\\ & \text{apenas 30 paˊginas. O tempo de envenenar Gotham, sequestrar}\\ 5& \text{Robin, enfiar um par de sopapos na Homem-Morcego e disparar}\\ & \text{o primeiro “vou te matar” da sua relac¸a˜o. Na briga final do}\\ & \text{Batman nº 1, o “horripilante bufa˜o”sofria um final digno de sua}\\ & \text{desumana ironia: ao tropec¸ar, cravava sua proˊpria adaga no}\\ & \text{peito. Assim decidiram e desenharam seus pais, os artistas Bill}\\ 10& \text{Finger, Bob Kane e Jerry Robinson. Entretanto, o criminoso}\\ & \text{mostrou, jaˊ em sua primeira aventura, um enorme talento para}\\ & \text{se rebelar contra a ordem estabelecida. Seu carisma seduziu a}\\ & \text{editora DC Comics, que impoˆs o acreˊscimo de um quadrinho. Jaˊ}\\ & \text{dentro da ambulaˆncia, vinha aˋ tona “um dado desconcertante”.}\\ 15& \text{E enta˜o um meˊdico sentenciava: “Continua vivo. E vai }\\ & \text{sobreviver!”.}\end{array}$

(Tommaso Koch. “O Coringa completa 80 anos e na Espanha ganha duas HQs, que inspiram debates filosóficos sobre a liberdade”, EI País. Junho/2020.)

As vírgulas em “E depois, o silêncio.” (Linhas 1-2) e em “Mas seu rosto continua sorrindo, para sempre.” (Linhas 2-3) são usadas, respectivamente, com a mesma finalidade que as vírgulas em