Leia o trecho do conto "A hora e vez de Augusto Matraga", de Sagarana, de João Guimarães Rosa, para responder ao que se pede.

E aí o povo encheu a rua, à distância, para ver. Porque não havia mais balas, e seu Joãozinho Bem-Bem mais o Homem do Jumento tinham rodado cá para fora da casa, só em sangue e em molambos de roupas pendentes. E eles negaceavam e pulavam, numa dança ligeira, de sorriso na boca e de faca na mão.

- Se entregue, mano velho, que eu não quero lhe matar...

- Joga a faca fora, dá viva a Deus, e corre, seu Joãozinho Bem-Bem...

- Mano velho! Agora é que tu vai dizer: quantos palmos é que tem, do calcanhar ao cotovelo!...

- Se arrepende dos pecados, que senão vai sem contrição, e vai direitinho p’ra o inferno, meu parente seu Joãozinho Bem-Bem!...

- Úi, estou morto...

  1. a) Nesse trecho, em que se narra a luta entre Nhô Augusto e seu Joãozinho Bem-Bem, os combatentes, ao mesmo tempo em que se agridem, dispensam, um ao outro, um tratamento que demonstra estima e consideração. No âmbito dos valores que são postos em jogo no conto, como se explica esse tratamento?

  2. b)No trecho, Nhô Augusto é designado como "o Homem do Jumento". Considerando-se essa designação no intertexto religioso, muito presente no conto, como se pode interpretá-la? Justifique sua resposta.