Procura da Poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.

Não há criação nem morte perante a poesia.

Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina.

(...)

Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.

Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata.

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário

(...)

(Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo)

No contexto do livro, a afirmação do caráter verbal da poesia e a incitação a que se penetre “no reino das palavras”, presentes no excerto, indicam que, para o poeta de A rosa do povo,