Costuma-se exaltar a cabeça como fonte da razão e denunciar o coração como sede da insensatez, como músculo incapaz de ter autocrítica e de ser original. Que seja assim. E daí? Nada pior do que uma ideia feita, mas nada melhor do que um sentimento usado. A cabeça pode gostar de novidade, mas o coração adora repetir o já provado. Se as ideias vivem da originalidade, os sentimentos gostam da redundância. Não é por acaso que o prazer procura repetição.

VENTURA, Zuenir. Crônicas de fim de século

  1. a) Substitua a expressão “Que seja assim” por outra de sentido equivalente, tendo em vista o contexto.

  2. b) Explique por que o autor considera que tanto a novidade quanto a redundância podem ser desejáveis.