"Um certo carro esporte é desenhado na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em Worthing (Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes eletrônicos inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. […]. Já a indústria de confecção norte-americana, quando inscreve em seus produtos ‘made in USA’, esquece de mencionar que eles foram produzidos no México, Caribe ou Filipinas."

(Renato Ortiz, Mundialização e Cultura)

O texto ilustra como em certos países produz-se tanto um carro esporte caro e sofisticado, quanto roupas que nem sequer levam uma etiqueta identificando o país produtor. De fato, tais roupas costumam ser feitas em fábricas — chamadas “maquiladoras” — situadas em zonas francas, onde os trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas garantidos.

A produção nessas condições indicaria um processo de globalização que: