Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do Sul, dois depoimentos são colhidos: o do proprietário de uma fazenda e o de um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terras:
Depoimento 1
A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício pelos meus antepassados. Não admito invasão. Essa gente não sabe de nada. Estão sendo manipulados pelos comunistas. Minha resposta será à bala. Esse povo tem que saber que a Constituição do Brasil garante a propriedade privada. Além disso, se esse governo quiser as minhas terras para a Reforma Agrária, terá que pagar, em dinheiro, o valor que eu quero.
Proprietário de uma fazenda no Mato Grosso do Sul
Depoimento 2
Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade porque fui despedido quando as máquinas chegaram lá na Usina. Seu moço, acontece que eu sou um homem da terra. Olho pro céu, sei quando é tempo de plantar e de colher. Na cidade não fico mais. Eu quero um pedaço de terra, custe o que custar. Hoje eu sei que não estou sozinho. Aprendi que a terra tem um valor social. Ela é feita para produzir alimento. O que o homem come vem da terra. O que é duro é ver que aqueles que possuem muita terra e não dependem dela para sobreviver, pouco se preocupam em produzir nela.
(Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de Corumbá - MS)
A partir da leitura do depoimento 2, quais os argumentos utilizados para defender a posição de um trabalhador rural sem-terra?
I.A distribuição mais justa da terra no país está sendo resolvida,apesar de que muitos ainda não têm acesso a ela.
II.A terra é para quem trabalha nela e não para quem a acumula como bemmaterial.
III.É necessário que se suprima o valor social da terra.
IV.A mecanização do campo acarreta a dispensa de mão-de-obra rural.
Estão corretas as proposições: