As desigualdades digitais refletem, reproduzem ou espelham desigualdades sociais mais amplas, constituindo, desde o final do século XX, mais um lócus de estratificação social no Brasil. Além do acesso à Internet e da posse de equipamentos digitais adequados, o chamado “letramento digital” também é um fator de desigualdade, uma vez que nem todos os usuários têm familiaridade com as tecnologias — dispositivos, redes de conexão, aplicativos, plataformas — para saber manejá-las corretamente. Os usos das tecnologias são muito diversos e se relacionam com diferenças ligadas a escolaridade, capital cultural, idade, tipo de inserção profissional, entre outras variáveis. Saber fazer um currículo em um editor de texto online, organizar e catalogar correios eletrônicos ou mesmo realizar pesquisas na Internet em fontes confiáveis (desviando-se das chamadas fake news) ainda são habilidades desigualmente aprendidas na sociedade brasileira, tornando-se um “privilégio” de alguns grupos sociais.
Renata Mourão Macedo e Carolina Parreiras. Desigualdades digitais e educação. In: Ciência Hoje, edição n.º 383, dez./2021 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados caso o seu terceiro período fosse reescrito da seguinte maneira: Os usos das tecnologias são diversos demais e relacionam-se as diferenças ligadas à escolaridade, ao capital cultural, à idade, ao tipo de inserção profissional e etc.