Um olhar sobre o Brasil de Vargas (1930-1945) revela a segregação racial como política estatal, implodindo a teoria da democracia racial brasileira. Antes, ao contrário, confirmam o autoritarismo extremado do Estado brasileiro e de seus detentores contra setores específicos da sociedade. Os estudos mais recentes sobre a temática mostram, superando os desconfortos, que a segregação e a desigualdade de direitos entre cidadãos foram legalizadas, teorizadas e praticadas no país. No Brasil das décadas de 30 e 40, a educação eugênica foi aplicada às crianças, em especial aos filhos da classe trabalhadora mais empobrecida, sobretudo, entre pretos ou pardos. Nada menos que três ministros da Educação durante a Era Vargas identificaram-se com esse ideal de base racista.
Sidney Aguilar Filho. Racismo à brasileira. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 8, n.º 88, jan./2013, p. 28 (com adaptações).
A questão das cotas nas universidades não constitui simples lógica indenizatória, destinada a quitar dívidas da história e a garantir direitos usurpados de uma comunidade específica. O debate sobre as cotas trata, sobretudo, de inscrever uma discussão sobre a política afirmativa no aperfeiçoamento da democracia, no vir a ser da nação.
Luiz Felipe de Alencastro. As cotas raciais na UnB. In: Flávio Gomes e Petrônio Domingues. Políticas da raça. São Paulo: Selo Negro, 2014, p. 407 (com adaptações).
A respeito das temáticas históricas de que tratam os fragmentos de textos apresentados, assinale a opção correta.