Texto

É importante insistir que no quadro das profundas desigualdades raciais existentes no continente americano, se inscreve, e muito bem articulada, a desigualdade sexual. Trata-se de uma discriminação múltipla para com as mulheres não brancas da região: as amefricanas e as ameríndias. O caráter da sua condição biológica — racial e sexual — faz com que elas sejam as mulheres mais oprimidas e exploradas de uma região de capitalismo patriarcal-racista dependente. Justamente porque este sistema transforma as diferenças em desigualdades é que a discriminação que elas sofrem assume um caráter triplo, dada sua posição de classe, raça e de gênero. As ameríndias e amefricanas fazem parte, na sua grande maioria, do proletariado afrolatinoamericano.

Lélia Gonzalez. Por um feminismo afro-latino-americano. In: Revista ISIS Internacional, Santiago, n.º 9, 1988 (com adaptações).

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A recente bibliografia sobre relações raciais no Brasil, basicamente a estrangeira, está permeada de exemplos nos quais se demonstra que a negação do preconceito racial, antes de constituir a reflexão consciente de nossa situação, traduz certa urgência de aliviar os possíveis conflitos decorrentes do confronto de poder entre os grupos que formam nossa sociedade.

Beatriz Nascimento. Nossa democracia racial, (1977). In: Alex Ratts. Eu sou Atlântica. São Paulo: Instituto Kuanza, 2006, p. 107 (com adaptações).

A respeito dos conceitos históricos de que tratam os fragmentos de texto precedentes, julgue o item seguinte.

De acordo com o texto II, as relações raciais no Brasil são marcadas pela ausência de preconceito racial, comprovada pelos indicadores sociais que revelam a igualdade de oportunidades e de tratamento entre negros e brancos e suas equânimes representações nos espaços de poder político e econômico no país.