Rondó dos cavalinhos
[1] Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... Tua beleza, Esmeralda,
[4] Acabou me enlouquecendo.
Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... [7] O sol tão claro lá fora
E em minhalma — anoitecendo!
Os cavalinhos correndo, [10] E nós, cavalões, comendo... Alfonso Reyes partindo,
E tanta gente ficando...
[13] Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... A Itália falando grosso,
[16] A Europa se avacalhando...
Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... [19] O Brasil politicando, Nossa! A poesia morrendo... O sol tão claro lá fora, [22] O sol tão claro, Esmeralda, E em minhalma — anoitecendo!
Manuel Bandeira. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 104.
Acerca do poema Rondó dos cavalinhos, de Manuel Bandeira, publicado originalmente em 1936, em outra versão, com o título Rondó do Jockey Club, julgue o item.
No verso 15, a palavra “grosso” exerce a função de adjunto adverbial e expressa o modo como falava a Itália.