[1] Ciccillo Matarazzo tinha grandes planos para a 10.ª Bienal de 1969. Ele queria que essa edição, que encerraria a segunda década da mostra, fosse tão grandiosa e marcante [4] quanto a 2.ª Bienal de São Paulo, quando a cidade comemorava seus 400 anos (1953/54). No entanto, a 10.ª Bienal marcou um dos momentos mais críticos enfrentados pela mostra e o início [7] de um longo período de declínio que se estendeu por quase toda a década de 70 — e que se reflete na documentação escassa dessa época no Arquivo. Os tempos haviam mudado e [10] as grandes exposições internacionais, como a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel, pareciam algo fora de época e irrelevantes. Atualizar-se era vital. A conjuntura política [13] agressiva instalada pelo golpe militar de 1964 e a violenta censura às obras de arte e à liberdade de criação no país fizeram que houvesse uma crise tanto interna quanto externa na [16] Fundação Bienal. Essa última veio em forma de protesto: um grupo de artistas e de críticos de arte decidiu promover um boicote à 10.ª Bienal, em um movimento que se estendeu a [19] vários países, muitos dos quais cancelaram a sua participação, até mesmo quando as obras já haviam chegado. Um grande vazio se instalou no meio do pavilhão nessa edição, que ficou [22] conhecida como a “Bienal do Boicote”. Na documentação dessa Bienal, há registros sobre um concurso de charges promovido pela Fundação, nas quais parte dos cartunistas da [25] época faziam tentativas de driblar a censura ao falar do boicote.
Fundação Bienal de São Paulo. O boicote à Bienal de 1969. 12/6/2013. Internet:
Com relação ao fragmento de texto e à figura apresentados e aos diversos aspectos por eles suscitados, julgue o item.
De acordo com o texto, tanto a situação política que se instaurou no país com o golpe militar de 1964 quanto a censura desempenharam papel na crise na Fundação Bienal.