Era 1.º de novembro de 1755, dia de Todos os Santos, e as igrejas e as casas da capital portuguesa estavam cheias de velas. Os cerca de 275 mil moradores de Lisboa logo desejariam que elas estivessem apagadas quando três tremores violentos, que começaram às 9h 30min, abriram fissuras no chão e derrubaram prédios.
Nos escombros, o fogo das velas e das lareiras iniciou um incêndio. Muitos fugiram para o porto — e foram engolidos pelo tsunami que varreu a cidade meia hora depois. Igrejas e palácios, até mesmo a residência do rei Dom José I, desapareceram sob as ondas de até 6 metros. Países como a França, a Espanha e a Inglaterra também foram atingidos.
A grandiosidade do desastre fez escritores e filósofos se questionarem sobre a existência e a bondade de Deus. No romance satírico Cândido (publicado em 1758), por exemplo, Voltaire fez que os personagens principais de sua obra presenciassem a catástrofe e discutissem seu significado. Além disso, a reconstrução de Lisboa, prontamente ordenada pelo primeiro-ministro português, deu ao marquês de Pombal poderes quase absolutos.
Geografia vestibular. Guia do estudante. São Paulo: Editora Abril, 2009, p.80 (com adaptações).
No que se refere ao texto acima e aos múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue o item a seguir.
Infere-se do texto que a grandiosidade do terremoto e as suas consequências deram origem a um debate acirrado entre escritores e filósofos sobre a existência de Deus e sobre sua bondade para com os humanos.