[1] O gênero epistolar foi largamente difundido em todo

o período helenístico, ressaltando-se a circulação literária das

cartas de filósofos (Platão e Epicuro, por exemplo) e, a partir

[4] do segundo século, as dos apóstolos e as de outras figuras

cristãs importantes. O que interessa, sobretudo, destacar é que

a carta guarda relações genéricas tanto com o diálogo quanto

[7] com a narrativa. A carta, ainda que contenha uma narrativa,

configura sempre um diálogo potencial em que o remetente

marca seu texto com indícios que determinam o seu lugar, bem

[10] como o do recebedor. O narrador de uma carta não deixa de

ser, por natureza, um narrador representado, como é Sócrates

na República, de Platão.

Jacyntho Lins Brandão. A invenção do romance. Brasília: Ed. UnB, 2005, p. 130-1 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue o próximo item.

A obra República é uma longa carta escrita por Sócrates e reproduzida por Platão. Nesse texto, Sócrates propõe uma tese sobre a natureza da linguagem.