[1] Desde o século XIX, depois da invenção da fotografia,

do incremento do jornal, do surgimento do cinema e da

explosão da publicidade, passo a passo, a era de Gutenberg foi

[4] cedendo seu espaço exclusivo ― de alta cultura e de linguagem

tão próxima quanto possível da pureza de meios (a escrita) ―

para linguagens cada vez mais híbridas, das quais o cinema e,

[7] então, a televisão são exemplos. Durante mais de três quartos

do século XX, de um lado, o texto escrito mantinha-se como

detentor dos valores da ciência, do conhecimento e do saber,

[10] enquanto, de outro lado, os meios de informação e

entretenimento, marcados pela explosão do som e da imagem,

tomavam crescentemente conta da paisagem cultural. Entre

[13] ambos, a arte mantinha sua sabedoria sobre o reino da

sensibilidade. O advento da web e da linguagem que nela

circula, a hipermídia, trouxe, entretanto, intensas

[16] transformações nessa distribuição de papéis e funções culturais.

Tudo começou a misturar-se.

Lúcia Santaella. A ecologia pluralista da comunicação: conectividade, mobilidade, ubiquidade. São Paulo: Paulus, 2010, p. 64 (com adaptações).

Considerando o texto e a imagem apresentados, julgue o item.

Infere-se das ideias desenvolvidas no texto que, na distribuição de papéis culturais, a linguagem da arte é a que, até hoje, mantém-se soberana, sem se misturar com outras linguagens, mesmo diante do poder da linguagem da web.