A fronteira de quatro mil quilômetros entre o México e os Estados Unidos é um dos limites entre os mundos desenvolvido e subdesenvolvido. É também a fronteira entre a América Anglo-Saxônia e a América Latina. Mas é também uma fronteira marcada pela tensão e pelos conflitos, a chamada Cortina da Tortilha, composta de barreiras, fossos, muros rapidamente construídos, para deter o imigrante hispânico, e, em seguida, abandonados, inacabados. É fácil cruzar a fronteira ali onde o rio secou ou onde o deserto é ermo. Difícil é chegar ao outro lado. Mas a vontade do trabalhador é forte. Essa fronteira, dizem muitos dos que a cruzam, não é, na realidade, uma fronteira, mas uma cicatriz. Ter-se-á fechado para sempre? Ou voltará a sangrar um dia?
Carlos Fuentes. O espelho enterrado – reflexões sobre a Espanha e o Novo Mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 2001, p. 343 (com adaptações).

A partir do texto acima e dos assuntos que ele suscita, julgue o próximo item.

A fronteira a que se refere o autor foi historicamente definida com a chegada de Colombo à América, em 1492, quando foram demarcadas as terras que pertenceriam às Coroas espanhola e britânica no Novo Mundo.