56. ÓRFÃO
O céu jogava tinas de água sobre o noturno que me devolvia a São Paulo. O comboio brecou lento para as ruas molhadas, furou a gare suntuosa e me jogou nos óculos menineiros de um grupo negro. Sentaram-me num automóvel de pêsames. Longo soluço empurrou o corredor conhecido contra o peito magro de tia Gabriela no ritmo de luto que vestia a casa.
Oswald de Andrade. Memórias sentimentais de João Miramar. São Paulo: Globo, 1998, p. 62.
Considerando o texto acima, de Oswald de Andrade, e as questões nele suscitadas, julgue o item a seguir.
A simultaneidade das imagens é característica da prosa oswaldiana, assim como dos textos em prosa produzidos pelos romancistas brasileiros modernos.