Trecho 1: Nhenhem? Eu cacei onça, demais. (...) Eu não mato mais onça, mato não. Onça meu parente.

Trecho 2: Eu sou onça... Eu-onça! (...) Mecê acha que eu pareço onça? Mas tem horas em que eu pareço mais.

Trecho 3: Hum, nhem? Cê fala que eu matei? Eu sou onça. Jaguaretê tio meu, irmão de minha mãe, tutira... Meus parentes! Meus parentes!

Trecho 4: De repente, eh, eu oncei... Iá. (...) Levei pra o Papa — Gente. Papa gente, onça chefe, onço comeu jababora Gugué.

Trecho 5: Mecê tá ouvindo, nhem? Tá aperceiando... Eu sou onça, não falei? Axi. Não falei — eu viro onça? Onça grande, tubixaba.

Trecho 6: Mecê brinca não, vira esse revólver pra lá. (...) Ói: cê quer me matar, ui?
João Guimarães Rosa. Meu tio, o Iauaretê. In: Ficção completa. V. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 825-52.

Com base nos trechos apresentados acima, julgue o item seguinte.

Em “De repente, eh, eu oncei...” (trecho 4), o verbo, criado a partir do substantivo designativo de animal, remete a formas compatíveis com a morfologia flexional do português e equivale, no que diz respeito ao sentido, à estrutura eu sou onça.