Texto I

[1] Não só os índios foram vítimas da política linguística

dos Estados lusitano e brasileiro. Os imigrantes — que

chegaram a partir de 1824 — e, principalmente, seus

[4] descendentes também sofreram com ela. O Estado Novo, de

Getúlio Vargas, por meio do chamado processo de

nacionalização do ensino, marcou o ponto alto da repressão a

[7] línguas de imigrantes — línguas alotóctones —, a qual teve

repercussão direta na região Sul do país, em virtude da

presença das comunidades alemã e italiana, que falavam sua

[10] língua materna.

Gilvan Müller de Oliveira. Brasileiro fala português: monolinguismo e preconceito linguístico. In: Revista Linguagem. Internet: (com adaptações).

Texto II

[1] A Declaração Universal da Diversidade Cultural,

recentemente assinada pelo Brasil, reconhece o povo brasileiro

como plural e diverso e, ainda, a pluralidade linguística. É essa

[4] visão acerca de questões linguísticas que está expressa na

Declaração Universal dos Direitos Linguísticos, em tramitação

na Organização das Nações Unidas (ONU) e que havia

[7] orientado, em 2008, o Ano Internacional das Línguas, proposto

pela UNESCO, cuja ação pretendeu chamar a atenção dos

governos e das sociedades para os perigos do desaparecimento

[10] acelerado da riqueza linguística do mundo e para os direitos

linguísticos das comunidades constitutivas dos Estados

Nacionais.

Idem, ibidem.

Considerando os textos I e II, bem como as questões por eles suscitadas, julgue o item.

O texto II sinaliza a intenção da UNESCO de sensibilizar governos e sociedades relativamente à pluralidade linguística, sem indicar, no entanto, se tal intenção se concretizou.