[1] Estimamos que as mitologias, mais que as ciências e
as filosofias, encerram, junto com as religiões, as grandes
elucidações da essência humana. Aí as culturas, geração após
[4] geração, projetaram grandes visões, acumularam reflexões,
fizeram aprofundamentos e os passaram a seus pósteros.
Souberam usar uma linguagem plástica — com imagens tiradas
[7] das profundezas do inconsciente coletivo — acessível a todas
as idades e a todos os tempos. Além das visões e dos símbolos,
suscitaram e continuam suscitando grandes emoções.
[10] Não é seguro que nós, modernos, com nossa
inteligência instrumental, com nossa tradição de pesquisa
empírica, de crítica e de acumulação de saberes sobre
[13] praticamente tudo, conheçamos mais o ser humano que os
antigos formuladores de mitos. Esses se revelaram
observadores meticulosos e sábios exímios de cada situação e
[16] de cada dobra da existência. Convém revisitá-los, valorizar
suas contribuições e escutar suas lições, sempre atuais.
Leonardo Boff. Saber cuidar: ética do humano — compaixão
pela Terra. Petrópolis: Vozes, 2004, p. 36-7 (com adaptações).
Tendo esse texto como referência inicial, julgue o item
No texto, é estabelecida, do ponto de vista lógico, uma premissa essencialista como garantia de que as lições dos mitos continuam sempre atuais.