Fim da guerra, fim da ditadura estado-novista. Não havia, ainda, entre nós, a televisão. Para se divertirem, os brasileiros frequentavam, além dos campos de futebol, os teatros de revista, os programas de auditório da Rádio Nacional, os cinemas. E os que podiam gastar mais, os cassinos. Mas, tanto nos palcos como nos auditórios, nas telas e nos redutos do jogo, desfilava, praticamente, o mesmo plantel de artistas, cantores e comediantes. Nas telas, predominavam as chanchadas, desprezadas, por serem consideradas produtos de ínfima qualidade. Mas, nunca, até aquela data, o cinema brasileiro lograra atrair, com tal ímpeto e regularidade, a atenção e o entusiasmo do grande público. Graças às chanchadas, a indústria brasileira de filmes pôde sobreviver, contra tudo e contra todos, apesar da maciça concorrência estrangeira.
Nosso século. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 179.
Considerando o texto acima como referência, julgue o item que se segue.
O período áureo das chanchadas, ao longo dos anos 50 do século passado, corresponde à grande efervescência política de um Brasil que conduzia seu aprendizado democrático convivendo com crises — como a que culminou no suicídio de Vargas — e com as lições de otimismo que marcaram os anos JK.