[1] O que choramos inconscientemente,

nas cousas que jamais retornarão,

não são as alegrias e os prazeres

[4] nelas perdidos para sempre: são

aqueles dias, horas e minutos

que formaram efêmero presente,

[7] é a vida com espinhos, flores, frutos,

somos nós no que fomos, pois os seres

— seu pensamento e sua carne triste —

[10] são formas vãs do tempo indiferente,

que é a matéria de tudo quanto existe.

Abgar Renault. Obra poética. Rio de Janeiro: Record, 1990, p. 148.

Com relação ao poema acima, julgue o próximo item.

O sujeito lírico tem consciência de que o sofrimento humano origina-se menos da efemeridade do tempo que da perda propriamente dita da alegria e do prazer das coisas que não voltarão mais.