Decadência
[1] Iguais às linhas perpendiculares
Caíram, como cruéis e hórridas hastas,
Nas suas 33 vértebras gastas
[4] Quase todas as pedras tumulares!
A frialdade dos círculos polares,
Em sucessivas atuações nefastas,
[7] Penetrara-lhe os próprios neuroplastas,
Estragara-lhe os centros medulares!
Como quem quebra o objeto mais querido
[10] E começa a apanhar piedosamente
Todas as microscópicas partículas,
Ele hoje vê que, após tudo perdido,
[13] Só lhe restam agora o último dente
E a armação funerária das clavículas!
Augusto dos Anjos. Eu e outras poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002, p. 84.
A partir da leitura do soneto Decadência, de Augusto dos Anjos, julgue o item seguinte.
Na segunda estrofe, o emprego do mais-que-perfeito do indicativo indica que os fatos ali mencionados são anteriores aos referidos na 1.ª estrofe.