O conto “Negrinha”, escrito por Monteiro Lobato, publicado em 1920, narra a história de uma pobre órfã, menina negra, de sete anos da idade, criada por uma rica senhora branca, a qual sente imenso prazer em aplicar-lhe constantemente surras e castigos corporais.

A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! ‘Qualquer coisinha’: uma mucama assada ao forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: ‘Como é ruim, a sinhá!’... O 13 de maio tirou-lhe das mãos o azorrague, mas não lhe tirou da alma a gana. Conservava Negrinha em casa como remédio para os frenesis. Inocente derivativo:

— Ai! Como alivia a gente uma boa roda de cocres bem fincados!...

(LOBATO, Monteiro. Negrinha. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 4 e 5).

Considerando a narrativa acima e conhecimentos sobre preconceito, discriminação e exclusão social no Brasil, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).