Quando deixei a casa de meus pais, fui morar em uma república de rapazes em São Leopoldo. Lá, todos eram obrigados a dividir as tarefas domésticas. Graças a essa experiência, anos depois, já em Recife, minha companheira e eu pudemos estabelecer um novo arranjo na divisão do trabalho doméstico, arranjo esse fora dos padrões dominantes em que cabe aos homens o exercício das atividades do domínio público e às mulheres as atividades domésticas. A participação de minha companheira em alguns movimentos sociais, incluindo o movimento feminista, também teve papel decisivo na maneira como tentamos educar nossos filhos. Certamente, a experiência deles tem sido diferente da minha e das gerações anteriores. Sei que isso não significa uma superação de todos os traços culturais que sinalizam para a desigualdade de gênero, mas já avançamos muito em relação às circunstâncias vivenciadas pelos meus pais, avós e, de maneira geral, pelos homens que ainda esperam ser servidos pelas mulheres da casa.

(BRYM, Robert et al. Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2006, p. 281 e 282).

A partir do relato acima, escrito pelo sociólogo Remo Mutzenberg como parte de sua história de vida, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).