Leia o texto a seguir:

A partir do momento em que as duas grandes ‘coletividades’ da tradição modernista, a sociedade e a natureza, foram diluídas, quero dizer, redistribuídas e divididas por causa das crises práticas da ecologia, a noção de reunião ou reconstituição desses coletivos – sejam eles humanos ou não humanos – tornou-se a questão política mais importante. A separação entre esses dois conjuntos era, antes também, uma questão política.

A ecologia não modificou isto, ela continua definindo os campos da sociedade e da natureza, salvo pelo fato de que a isso ela adicionou a ideia que os americanos chamam de bioprocess, uma forma legítima de inventar a questão da ecologia política. De fato, o importante agora – depois de abandonar as duas coletividades a que me referi – de um lado, a natureza, de outro, a sociedade – é se interessar na questão da produção das instituições que permitem pesquisar essas associações. Essa é a grande questão da ecologia política que encontramos agora por todos os lados: o caso dos parques naturais, do aquecimento global, dos problemas das cidades. Essa é a própria visão do global.

(Entrevista com Bruno Latour, Revista Cult, n.o 132).

Segundo o texto acima e a partir da adoção de pontos de vista sociológicos, é correto afirmar que