Texto I
Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis (2) e com a prática dos deveres, inspirando nela o deleite que se experimenta ao cumpri-los; purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz (8).
Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão (3), fazendo-a crer que é rainha, quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos (5). Não façais dela a mulher da Bíblia; a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela (4); nem muito menos a mulher da Idade Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo (7); mas a mulher que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos.
Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma companheira da sua vida (6), devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a desde o berço até seu leito de morte, como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dedique-lhe, por último, uma educação como exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade como o benéfico ascendente do coração; e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe (1).
(1859)
(FLORESTA, Nísia. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis / Santa Cruz: Ed. Mulheres / Ed. Da UNISC, 1997. p. 115-7.)
Na flexão dos diminutivos, o uso coloquial, com frequência, se diferencia do uso prescrito pela gramática normativa.
Assinale o par de palavras em que os dois usos ocorrem: