“A crescente mobilidade internacional de bens, capital e tecnologia alterou completamente o jogo econômico. Afirma-se que os países não mais dispõem de poder para controlar o seu próprio destino, os governos nacionais estão à mercê dos mercados internacionais. Alguns comemoram esse acontecimento, afirmando que ele beneficia ricos e pobres. Outros o deploram, atribuindo a ele todas as culpas pelo desemprego, pela instabilidade e pelo declínio dos salários. Mas ambos os lados estão errados. Partem da premissa da onipotência dos mercados globais, sem perceber que a morte da autonomia nacional é um exagero(...) Qual é a explicação para essa tendência de exagerar a importância dos mercados globais? Há uma causa mais profunda, que une numa espécie de acordo tácito a esquerda e a direita: esse tipo de explicação, na qual se culpa a globalização pelos problemas, cria um inimigo externo e desvia as atenções sobre os líderes internos e as suas propostas políticas ultrapassadas. ”

(Paul Krugman. Globalização e globobagens. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1999.)

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