Texto II
CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
(Carlos Drummond de Andrade)
Analise as afirmações sobre o poema Congresso Internacional do Medo, de Carlos Drummond.
I) Na antítese empregada no texto, a intenção do poeta é mostrar uma realidade em que o amor e o ódio dominam.
II) Repetindo a palavra “medo”, o poeta intensifica a preocupação com o problema e o mostra presente em toda parte.
III) Nem mesmo a morte é vista como solução, pois o medo do homem volta para o mundo personificado numa flor.
IV) Pessimista, o poeta vê os homens, no desespero, repetirem as mesmas atitudes, utilizando os mesmos caminhos.
Estão corretas apenas