Televisão e violência

Nos dias de hoje, a formação da mentalidade e da

opinião pública é largamente dependente dos veículos de

comunicação em massa, que selecionam o que devo ver,

ouvir e ler. Eles não apenas informam mas, na grande

maioria das vezes, interpretam o que transmitem, de

maneira a bloquear em mim a possibilidade de exercer

meu próprio senso crítico para interpretar o que foi

divulgado.

Dentre esses meios de comunicação, ganha

especial realce a televisão, que cria intimidades; a

fascinação que exerce sobre a população e seu domínio

sobre nossas vontades parecem estar no fato mágico de

diluir realidades e fantasias, amalgamando-as num

consumismo puramente passivo, de imagens e ideias.

A televisão nossa de cada dia está cheia de

violências políticas que interiorizamos passivamente.

Criando ilusões de novos estilos de vida, ela impõe

valores, transforma as fantasias em razões de vida.

Afinal, quem, no dia a dia, vende a calça que uso,

a pasta de dente que utilizo, o apartamento em que moro,

acaba, naturalmente, por dizer-me também o que devo

pensar, o que devo fazer, como devo agir em tais ou tais

situações, numa palavra, determinando meu

comportamento não apenas como consumidor mas

sobretudo como cidadão.

(Nilo Odália, O que é violência, ed. Brasiliense – texto adaptado)

Vocabulário

amalgamar: misturar num só bloco, de modo que não se percebam os elementos que o compõem.

Por que o autor diz que a formação da mentalidade e da opinião pública é largamente dependente dos veículos de comunicação em massa?