“A filósofa Marilena Chauí aponta um fenômeno cada vez mais comum na mídia: a relevância dada a preferências pessoais (que música gosta, que filme viu, que perfume usa, que viagem fez) em detrimento da colocação de ideias e reflexões quando se dá espaço ao ’debate público’. [...] O papel de refletir e pensar é usurpado pelos ’formadores de opinião’ - analistas, acadêmicos, artistas, jornalistas. O jornalismo se torna o detentor das plausibilidades, e os intelectuais, o operariado do capital. O especialista é aquele que ensina a viver, a decorar a casa, a cozinhar, a fazer sexo, a educar, o que faz do comunicador o formador final da opinião pública.”

(Mídia sufoca pluralidade e suprime pensamento crítico. Disponível em http://www.agenciacartamaior.com.br, acessado em 14 nov. 2007.)

Situada no calor do debate Mídia e Democracia no Brasil, evento ocorrido na cidade de Salvador entre os dias 12 e 14 de novembro deste ano, a abordagem de Marilena Chauí assinala a imposição da imprensa brasileira como porta-voz definitiva da chamada “opinião pública”. Reflita sobre essa análise que destaca a preponderância dos “formadores de opinião” em detrimento do pensamento crítico, analisando exemplos da mídia brasileira para fundamentar sua argumentação.