[UFPR 2007] “No Brasil dos anos 60 havia os pro...

33 UFPR 2007 - Geografia

“No Brasil dos anos 60 havia os profetas da catástrofe demográfica, que acreditavam que o país chegaria ao final do século XX com cerca de 205 milhões de habitantes. Mas o Censo de 2000 revelou que a população brasileira não chegou aos 170 milhões. Não se trata de uma população pequena (o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo), e as projeções da ONU indicam para 2050 uma população nacional de 247 milhões, mas com um ritmo de crescimento francamente declinante.”

(Adaptado de BRITO, F.; CARVALHO, J. A. M. Somos um país de jovens? In: Albuquerque, E. S. (org.). Que país é esse? Pensando o Brasil contemporâneo. São Paulo, Globo, 2005, p. 183)

Com base no enunciado e nos conhecimentos de geografia, assinale a alternativa INCORRETA.

As previsões sobre o crescimento demográfico brasileiro não se confirmaram devido à ampla aceitação encontrada pelos métodos contraceptivos artificiais no país, o mesmo não acontecendo na maioria dos países do mundo, onde as tradições religiosas fizeram com que as projeções dos anos 60 fossem confirmadas.

A entrada de imigrantes nunca foi tão importante quanto se costuma pensar para a determinação das taxas de crescimento demográfico do Brasil, pois o crescimento vegetativo sempre foi preponderante nesse sentido.

Até 1960, a migração campo-cidade contribuiu para o crescimento vegetativo da população, porque a natalidade era alta nas cidades e porque melhorou o acesso dos pobres aos serviços de saúde e de saneamento básico. A partir dessa época, a urbanização favoreceu a queda da natalidade, devido ao aumento da escolaridade e aos altos custos de moradia.

O fenômeno descrito no texto está ligado ao envelhecimento da população brasileira, já que a queda da mortalidade e da taxa de fecundidade são processos que constituem a chamada “transição demográfica”.

As mudanças demográficas são afetadas não apenas por fatores socioeconômicos, mas também culturais, como demonstra a inserção das mulheres no mercado de trabalho, que contribuiu para a queda da taxa de fecundidade.