“O nosso estilo de jogar futebol me parece contrastar com o dos europeus por um conjunto de qualidades de surpresa, de manha, de astúcia, de ligeireza e ao mesmo tempo de brilho e de espontaneidade individual em que se exprime o mesmo mulatismo (...). Os nossos passes, os nossos pitus, os nossos despistamentos, os nossos floreios com a bola, o alguma coisa de dança e capoeiragem que marcam o estilo brasileiro de jogar futebol, que arredonda e às vezes adoça o jogo inventado pelos ingleses e por eles e por outros europeus jogado tão angulosamente, tudo isso parece exprimir de modo interessantíssimo para os psicólogos e os sociólogos o mulatismo flamboyant e, ao mesmo tempo, malandro que está hoje em tudo que é afirmação verdadeira do Brasil.”

(FREYRE, Gilberto. Sociologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1945, p. 421-422.)

Parte significativa da leitura sociológica que existe sobre o futebol brasileiro é devedora à análise que o sociólogo Gilberto Freyre faz da “essência” do homem brasileiro. A partir do texto acima, é correto afirmar: