Brasília
Brasília foi construída com base num minucioso planejamento urbano. Apesar disso, o Distrito Federal, onde está a capital brasileira, sofre um crescimento desordenado da área urbana, que inclui não apenas a cidade propriamente dita, mas também seu entorno.
Apesar de planejados, Brasília e Distrito Federal apresentam-se como um quadro-resumo da realidade de países em desenvolvimento. O inchaço da mancha urbana é uma dessas características marcantes. O plano de instalação da capital previa uma população de 500 mil habitantes no ano 2000, mas esse número já superou os dois milhões, criando sérios problemas urbanos. A periferização é um desses problemas. Diariamente chega ao Distrito Federal um grande contingente de população buscando benefícios da política de assentamentos oficial, o que levou ao aparecimento de diversas cidades nos últimos anos. Essas novas cidades seriam um indicativo da tentativa de erradicação de invasões existentes no Distrito Federal, mas acabaram gerando favelização do território.
Como efeitos imediatos dessa política, aparecem a pobreza e a violência urbanas centralizadas nas “vilas miséria”. Mas essa situação não é sentida tão intensamente em Brasília quanto em outros centros urbanos, em razão da estratégia de afastamento dos bolsões de miséria em relação às áreas centrais, como o Plano Piloto, onde vive a população de média e alta rendas. Os pobres estão confinados a zonas periféricas. De qualquer maneira, o aumento da favelização já afeta a população residente nos espaços centrais. Como se não bastasse, o inchaço da malha urbana do Distrito Federal já tem previsão de acomodar em 2015, segundo fontes do BID, uma população acima de 6,6 milhões. É importante salientar que a relação entre migrantes e brasilienses natos no crescimento populacional é da ordem de 60% para 40%, respectivamente.
(Adaptado de: Scientific American Brasil, jan. 2003, p. 55-56.)
Com base no texto, é correto afirmar: