"(...) Na sexta-feira (7 de abril) foram de novo prestadas homenagens ao conde, as quais eram feitas por esta ordem, em expressão de fidelidade e garantia. Primeiro prestaram homenagem desta maneira: o conde perguntou (ao vassalo) se ele desejava tornar-se o seu homem, sem reservas, ele respondeu: Quero; então, tendo juntas as mãos, colocou-as entre as mãos do conde e aliaram-se por beijo. Em segundo lugar, aquele que havia prestado homenagem jurou fidelidade ao porta-voz do conde, com estas palavras: Comprometo-me por minha fé a ser fiel daqui por diante ao conde Guilherme e a cumprir integralmente a minha homenagem, de boa-fé e sem dolo, contra todos; e, em terceiro lugar, jurou o mesmo sobre as relíquias dos santos."

(Galberto Brugense. Vita Karoli Comitis Flandriae. Monumenta Germanica Historica. Scriptores, apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média. São Paulo: Editora da UNESP, 2000. p. 96.)

As relações feudo-vassálicas representam o sistema feudal, caracterizando-se pela vinculação pessoal entre um senhor e seu vassalo. Ainda que haja inúmeras variantes regionais da aplicação desse modelo sociopolítico, os elementos que as compõem e a natureza das vinculações mantêm-se as mesmas. Sobre esse modelo, é correto afirmar:

() As relações feudo-vassálicas explicam as intensas atividades comerciais estabelecidas entre senhores feudais e a aristocracia guerreira.

() O vínculo vassálico que une um senhor a seu vassalo constitui uma iniciativa de estruturação, controle e unidade dos grupos privilegiados.

() O senhor cobra do vassalo fidelidade e serviço e oferece em troca proteção e benefício.

() O feudo constitui um dos elementos fundamentais da relação feudo-vassálica e materializa o benefitium que o senhor oferece ao vassalo em troca de sua fidelidade.

() As relações feudo-vassálicas envolvem um senhor, que é sempre poderoso, de preferência um conde, e um vassalo, servo de seu senhorio.