A grande pobreza e a produção agrícola voltada para o mercado interno marcaram o processo de formação da capitania de São Vicente. É nesse quadro que se observam, ao longo do século XVII, algumas características daquela sociedade, bem como as marcas de sua expansão em direção ao sul, ao centro-oeste e ao extremo norte do Brasil colonial. Assim, pois, fez(fizeram) parte desse processo:

() A formação do bandeirantismo, ou das bandeiras, as quais consistiam em adentrar-se pelas matas para capturar índios, sobretudo guaranis, para convertê-los em escravos. As bandeiras contavam com grupos de dezenas e até centenas de pessoas.

() A incorporação de enormes contingentes de escravos africanos para o trabalho nas lavouras do planalto, transportados aos campos de Piratininga através do Caminho do Mar.

() A dedicação à busca de metais e pedras preciosas, o que leva à criação de vilas como Iguape, no litoral sul do atual estado de São Paulo, e Paranaguá, no atual estado do Paraná. Nessas localidades, verificou-se um breve surto de mineração que ocasionou a formação das "faiscações", isto é, de empreendimentos voltados para a procura de faíscas de ouro.

() A necessidade de enfrentar longas distâncias com o objetivo de capturar índios para o trabalho na lavoura comercial do planalto paulista. É o que nos permite compreender a ampla presença de paulistas na região do Guairá, no atual estado do Paraná, bem como os deslocamentos até a região do Araguaia e mesmo até Belém, como se verificou com a bandeira comandada por Raposo Tavares.

() A resistência aos ataques promovidos pelos paulistas às missões jesuíticas, a qual implicou a remoção das missões restantes para a região onde hoje se encontra o Uruguai e a constituição de grupos de guerreiros indígenas.